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Loures: 25 de Abril

Adelaide Almeida, Bloco Loures

Intervenção do Bloco na Sessão solene comemorativa do 25 de Abril na Assembleia Municipal de Loures. “Este acontecimento, deixou  em muitas gerações,  uma marca indelével que permanece até hoje, abriu horizontes de esperança, de igualdade, de progresso e de liberdade que não tínhamos experienciado até então”…

ABRIL TEM A NOSSA IDADE

Comemoramos hoje mais um aniversário desse dia fundamental da nossa história recente. A revolução do 25 de Abril de 1974.

Uma revolução, que em poucos dias, trouxe Portugal ao século XX.

O 25 de abril tomou conta da rua e a liberdade de expressão, o direito de manifestação e de associação, ali foram forjados antes mesmo de chegarem a ser leis.

Este acontecimento, deixou  em muitas gerações,  uma marca indelével que permanece até hoje, abriu horizontes de esperança, de igualdade, de progresso e de liberdade que não tínhamos experienciado até então.

A liberdade de manifestação, liberdade de reunião e de associação, liberdade de organização politica, liberdade sindical, salário mínimo nacional, subsídio de férias e de Natal, fim da guerra colonial e reconhecimento do direito à independência dos povos colonizados, igualdade de direitos, eleições livres e direito de voto aos maiores de 18 anos, direito à justiça, direito à educação; direito à cultura; direito à habitação; direito ao trabalho; direito à greve, direito à reforma; direito à saúde, são grandiosas conquistas que sempre haveriam de perturbar os velhos poderes.

Os heróis desse processo marcante não foram só os capitães de abril, foram também os homens e mulheres que deram corpo à revolução e consolidaram, na rua, nos escritórios, nos campos e nas fábricas, nas escolas e nas universidades, a liberdade e a democracia.

Hoje em dia, a  nossa democracia encolhe-se sobre a pressão de uma União Europeia nascida nas elites, impondo-se, tratado após tratado, ignorando os Povos e colonizando os países.

Hoje em dia, a nossa democracia encolhe-se, quando somos sufocados por uma divida impagável, para salvar aqueles que sem vergonha nos disseram, “ai aguenta, aguenta…”

Hoje em dia, a nossa democracia encolhe-se, com aumento da pobreza e vemos que Portugal é um dos países em que mais aumentou o risco de pobreza em contraponto com o aumento das grandes fortunas.

Hoje em dia, a nossa democracia encolhe-se quando se entrega, praticamente a custo zero, o Banif ou o Novo Banco ao capital estrangeiro.

Hoje em dia, a nossa democracia encolhe-se quando permitimos que milhares de jovens, homens e mulheres, se apresentem diariamente ao trabalho e se mantenham durante décadas precários, sem contrato, no público e no privado.

É isto e muito mais que nos lembra que a liberdade, os direitos e a democracia, são uma conquista diária, onde o Bloco de Esquerda se empenha com toda a sua convicção.

Depois de uma austeridade feroz, levada a cabo pelo governo das direitas, PSD/CDS, o que tem acontecido nestes últimos tempos, com a reposição dos salários, a reposição dos subsídios de emergência, a subida anual do salário mínimo, a baixa das taxas energéticas para os mais vulneráveis, a reversão da privatização dos transportes, a defesa da  Segurança Social, da escola e da saúde públicas, são a melhor homenagem que se pode fazer ao 25 de Abril. 

Mas porque falar de abril é também falar do poder local democrático, não podemos esquecer a reorganização errada do território, muitas vezes em oposição ao sentir das populações,  agregando freguesias e transformando-as em mega territórios, o que se traduziu na diminuição da proximidade dos serviços públicos e na degradação dos mesmos. 

Em Loures, o Bloco de Esquerda, não esquece Abril e mantem-se sempre ao lado das populações quando está em causa o respeito pelos seus direitos,  quer seja na defesa da sua saúde e da sua qualidade de vida, quer seja na defesa de mais e melhores transportes coletivos, na critica e no combate à diminuição do caudal de água aos mais pobres e desfavorecidos, no combate à exclusão social, na defesa do património municipal e no combate aos contratos de emprego-inserção que continuam a ser praticados pela autarquia.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

A história não se repete nem chegou ao fim: 43 anos depois, está tudo em aberto.

Em quanto vivermos, teremos sempre a idade do 25 de Abril.

Viva a Democracia!

Viva o 25 de Abril!

Viva o Socialismo!

A representante do Bloco de Esquerda,

Adelaide Almeida

25 de abril de 2017