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Bloco confronta Governo com problema de saúde pública provocado por lavandaria industrial

População do Bairro da Esperança, em São João da Talha, concelho de Loures, está em polvorosa com lavandaria industrial de laboração controversa. Bloquistas questionam Ministério da Saúde sobre licenciamento e legalidade da atividade da Lavapor.  

O Bloco de Esquerda questionou o Ministério do Ambiente sobre os problemas provocados pela Lavapor no Bairro da Esperança, em São João da Talha, concelho de Loures. Os bloquistas querem saber se o Governo tem conhecimento da situação que aquela lavandaria industrial tem provocado junto da população local e que medidas serão adotadas para repor a correta laboração da empresa.

Por intermédio do deputado Jorge Costa, o Bloco quer ainda saber se a Lavapor “tem todas as licenças necessárias e se pode, efetivamente, laborar tão perto da população, dada a natureza da sua atividade, nomeadamente no que toca à lavagem de têxteis hospitalares”. E ainda “se, da referida atividade, podem resultar problemas de saúde pública para os bairros limítrofes”, explica o deputado bloquista.

O Bloco de Esquerda entregou igualmente requerimentos na Assembleia Municipal de Loures e na Assembleia de Freguesia de Santa Iria da Azoia, São João da Talha e Bobadela sobre esta situação.

“Pesadelo” teve início em 2011

A população do Bairro da Esperança, em São João da Talha, localidade da União de Freguesias de Santa Iria da Azoia, São João da Talha e Bobadela, no concelho de Loures, queixa-se, já desde 2011, de vários problemas relacionados com ruído, poluição atmosférica e ameaças à saúde pública com origem na lavandaria industrial Lavapor – Lavandarias de Portugal, S.A., localizada a menos de 10 metros dos limites das habitações daquela urbanização.

Esta lavandaria industrial, que se deslocou de Frielas para São João da Talha em 2011, tem sido acusada de laborar fora do horário permitido por lei, inclusive à noite, provocando ruído prejudicial ao descanso dos moradores. A zona da casa das máquinas anexa à lavandaria, criada posteriormente pela Lavapor, fica localizada bem perto das habitações e não dispõe de isolamento acústico adequado.

Por outro lado, das chaminés da lavandaria são expelidos pedaços de cotão, provavelmente provenientes dos lençóis hospitalares ali lavados, que inundam os quintais e as casas em redor. Tal facto é revelador da ausência de filtros que evitem a propagação de detritos para o exterior da lavandaria.

Além do ruído e da poluição que a referida lavandaria provoca, casos houve já de lençóis e outro material hospitalar encontrados nos esgotos. Ainda no que se refere à saúde pública, refira-se também o facto de as descargas da Lavapor serem efetuadas nos coletores municipais do Bairro da Esperança.

AnexoTamanho
pergunta_lavapor_governo.pdf506.68 KB
requerimento_lavapor_am.pdf260.25 KB
requerimento_lavapor_jf.pdf425.64 KB