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Bloco quer transportes públicos gratuitos durante a crise pandémica

Proposta remetida à autarquia pede à Câmara Municipal de Loures que proponha na Área Metropolitana da Lisboa gratuitidade dos transportes públicos durante período crítico da pandemia de Covid-19. Redução da oferta e utilização por trabalhadores essenciais na base da proposta do Bloco.

O Bloco de Esquerda sugeriu à Câmara Municipal de Loures que proponha à Área Metropolitana de Lisboa a gratuitidade dos transportes públicos durante o período em que permaneçam as medidas de restrição de movimentos e de dever de isolamento.

Em carta enviada à autarquia, os bloquistas justificam esta proposta com a redução da oferta de transportes públicos no concelho de Loures, já de si, bastante insuficiente, e com o facto de muitos trabalhadores essenciais com baixos salários estarem mais expostos ao contágio.

“Para além das operadoras concessionárias de transportes públicos no concelho de Loures terem reduzido a oferta e dispensado a compra e validação dos títulos de transporte, para evitar o risco de contágio de Covid-19, uma grande maioria de utentes que adquiriu o título de transporte para o mês de março e se viu obrigado, pelas circunstâncias, a permanecer em casa viu, pelo menos, metade do mês inutilizado do seu título de transporte”, explica Fabian Figueiredo, dirigente nacional e coordenador da concelhia de Loures do Bloco de Esquerda.

“Num momento em que se pede à população que fique em casa, continua a ser pertinente olhar para o transporte público como a única forma que muitos e muitas têm para se deslocar ao trabalho ou em deslocações de necessidade impreterível”, avança o dirigente bloquista.

“Além disso”, continua Fabian Figueiredo, “os trabalhadores que cumprem esses serviços essenciais à população ficam naturalmente mais expostos ao contágio e muitas vezes auferem salários baixos”.

Os bloquistas recordam ainda que, atualmente, os utentes dos transportes públicos para se abastecer ou ir ao centro de saúde, não compram bilhete porque não têm acesso ao motorista. Além disso, a validação dos passes também não feita nos autocarros, porque a máquina para esse efeito fica junto ao motorista e a entrada e saída dos passageiros é feita pela porta de saída.

Mais ainda, qualquer atitude de fiscalização obriga a aproximação e troca de documentação entre duas pessoas, o que é amplamente desaconselhado nesta altura de confinamento. Por sua vez, há pessoas que, circulando esporadicamente, não têm passes e compram bilhete de bordo, sendo que, por outro lado, nem todas as pessoas que têm passe social têm cartão multibanco.