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O ego de um Presidente da Câmara

Segundo o dicionário, trânsfuga (do latim transfuga, -ae), quer dizer:
1. Pessoa que deserta e passa para o inimigo. = Desertor
2. Pessoa que passa para o partido contrário, que renega o seu credo, abandona os seus deveres.

A História está coalhada de casos de pessoas que fizeram tudo isto pelas razões mais erradas... mas igualmente por pessoas carregadas de boas razões para o terem feito. Pessoas que visaram apenas interesses egoístas e venais, outras que procuraram acertar o passo com a História e com as suas convicções (ainda que mudadas).

Posto isto, devo dizer que o Partido Socialista tem, na minha singela opinião, um azar colossal com muitos dos trânsfugas que tem acolhido no seu redil, sendo ocioso ficar para aqui a publicar uma lista... o que, para atalhar caminho, nos leva ao caso de hoje: o presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira. Já teve aqui direito a um reparo, há uns tempos, pela pertinácia com que decidiu fazer-se rodear de membros da família, dentro da autarquia. Neste momento não sei em quanto irá já o número de filhos e filhas, primos, afilhadas, cunhados, genros, namoradas dos filhos, irmãos ou irmãs, que fazem companhia à presidencial esposa nos quadros autárquicos... mas deve ser respeitável.
Para além de ser uma alegria para o feliz edil, que deve continuar a admitir que a coisa «pode parecer mal, mas não lhe pesa na consciência», como então afirmou.

Ora o que é que pode faltar a um presidente que goza de algum reconhecimento por trabalho feito (segundo as suas próprias palavras), para além do consolo de ter o seu “ambiente de trabalho” sempre cheio de família? Exactamente! Ter, ainda enquanto presidente da Câmara em funções, uma nova avenida com o seu estimado nome: “Avenida Carlos Teixeira”.

Pronto, pronto... eu sei que pelo facto de o homem assinar a aprovação do seu próprio nome para a nova avenida de acesso ao Hospital de Loures, não está a fazer mal a ninguém. Quer dizer... faria!... Faria a si mesmo, se o ridículo matasse. Só que, como bem sabemos, não mata.

In Blogue O Cantigueiro