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“O futuro de Loures debate-se nas escolhas fortes à esquerda”

Fabian Figueiredo, cabeça de lista à Câmara Municipal de Loures. Fotos de Rafael Medeiros.

Fabian Figueiredo afirmou que a habitação foi “o grande falhanço na governação da CDU dos últimos oito anos”. O candidato à Câmara de Loures defendeu que “uma autarquia de esquerda precisa de fazer do acesso à habitação para quem vive do esforço do seu trabalho uma prioridade”.

Este sábado, o Bloco apresentou a sua candidatura autárquica no concelho de Loures. A iniciativa, que teve lugar no Parque Miguel Martins, em Sacavém, contou com a participação de Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, candidato à Câmara Municipal, e Rita Sarrico, candidata à Assembleia Municipal.

Fabian Figueiredo destacou que, onde houve autarcas do Bloco eleitos - seja nas freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas, Camarate, Unhos e Apelação e Santa Iria de Azoia, São João da Talha e Bobadela como na Assembleia Municipal -, “passou a existir mais exigência democrática, mais transparência, mais justiça social, mais participação cívica, mais atenção com o espaço público e com a mobilidade”.

“Foi por iniciativa e ação do Bloco que se acabou com a precariedade e com o vergonhoso recurso a Contratos Emprego Inserção na Junta de Freguesia de Loures, governada pela CDU. Em Santo António dos Cavaleiros e Frielas está em curso a implementação do Orçamento Participativo por nossa iniciativa”, exemplificou.

Em Santa Iria de Azoia, São João da Talha e Bobadela, bem como em Camarate, Unhos e Apelação, o Bloco esteve sempre “na linha da frente da defesa das populações contra o abuso de indústrias poluentes que operam ilegalmente em zonas residenciais ou reservas ecológicas e agrícolas”.

Bloco foi “uma voz de proposta e de alternativa”

E, na Assembleia Municipal, o partido foi “uma voz de proposta e de alternativa”, de tal forma que “rapidamente se formou uma maioria para reduzir o tempo de intervenção do Bloco e a capacidade de apresentação de propostas nas reuniões”.

Fabian Figueiredo ressalvou que, dentro e fora da Assembleia Municipal, o Bloco foi “uma voz incansável na defesa de uma intervenção mais ativa do Município na valorização da Escola Pública”. O candidato lembrou que “o ‘isso não é da nossa competência’ foi durante demasiado tempo o mote do executivo liderado pelo recandidato Bernardino Soares”.

Para Fabian Figueiredo, “é incompreensível que uma autarquia governada à esquerda mantenha concessões milionárias a privados para o fornecimento de refeições escolares, que não poucas vezes deixam a desejar na qualidade, e que não se conheça nenhum plano ou estratégia para recuperar a confeção local em todos os agrupamentos de escolas”.

Habitação foi “o grande falhanço na governação da CDU dos últimos oito anos”

“O mesmo se pode dizer na habitação. A grande ausência, o grande falhanço na governação da CDU dos últimos oito anos”, continuou. O candidato bloquista apontou que, “quando a especulação imobiliária e a turistificação fizeram disparar os preços das casas e das rendas, a Câmara preferiu olhar para o lado, na companhia do PS e do PSD de quem não se conhece nenhum plano alternativo, apesar do que agora querem fazer crer nos seus cartazes”.

“Por incompreensível preconceito ideológico, a CDU, com apoio do PS e do PSD, fizeram chumbar sucessivamente as propostas do Bloco para que fosse imposta uma taxa turística de 1 euro. Aprovaram Planos de Pormenor como os do Prior Velho, onde couberam centenas de apartamentos de luxo, um hotel de luxo e até um Centros de Congresso, mas onde faltam quotas para habitação a custos controlados que as pessoas comuns consigam pagar”, acrescentou Fabian Figueiredo.

O dirigente do Bloco defendeu que “uma autarquia de esquerda, que quer ter nas pessoas a sua marca, precisa de fazer do acesso à habitação para quem vive do esforço do seu trabalho uma prioridade”.

A direita “não conta para estas eleições"

No que respeita à direita, Fabian Figueiredo é perentório: “não conta para estas eleições. Não têm projeto, nem ideia. O futuro do concelho debate-se nas escolhas fortes à esquerda”.

O candidato referiu que faltou na Câmara quem desafiasse os quatro vereadores da CDU a tirar a automatização da Tarifa Social da Água da gaveta e avançasse com a redução imediata da conta da água para 14 mil famílias carenciadas do concelho. E quem se batesse por uma política de habitação que respondesse a quem desespera com o preço das rendas, pela resposta à crise climática e ao reforço da mobilidade em toda a área metropolitana de Lisboa.

“Um vereador do Bloco de Esquerda é a certeza que a política do município está nas mãos de quem cá vive, quem cá estuda, quem cá trabalha, ou, entre nós, encontrou refúgio. É por isso que chamamos a esta campanha ‘Loures nas tuas mãos’, vincou Fabian Figueiredo.

“Dar resposta a quem mais precisa, não deixar ninguém para trás”

Rita Sarrico enfatizou que, “com apenas um representante na Assembleia Municipal, foram várias as vezes que o Bloco determinou a agenda política do concelho. Foram várias as vezes que a força do Bloco, aliada com a comunidade, possibilitou as mudanças necessárias”. A requalificação das escolas e a retirada do amianto é disso exemplo.

De acordo com a cabeça de lista à Assembleia Municipal, “foi também na resposta à crise pandémica, e às consequências sociais e económicas que a mesma acarretou, que o Bloco se distinguiu dos outros partidos”. Várias propostas “foram acolhidas pela Câmara e possibilitaram um auxílio a quem mais precisava neste momento tão difícil. Outras, a Câmara ignorou”.

Rita Sarrico destacou que “esta candidatura assume esse compromisso: dar resposta a quem mais precisa, não deixar ninguém para trás. Em todas as áreas, para todas as pessoas”.

Habitação continua a ter “respostas mínimas a problemas máximos”

Mas há uma área que, de acordo com a candidata, “requer a maior atenção. Que continua a ter respostas mínimas a problemas máximos: A habitação”.

“Foram várias as vezes que ficámos sozinhos nesta batalha. Mas não desistimos”, afirmou Rita Sarrico.

No seu programa eleitoral, o Bloco propõe uma Bolsa Municipal de Arrendamento a custos acessíveis; que, no licenciamento de novos empreendimentos, 25% das casas seja exatamente para arrendamento a custos controlados; um gabinete de apoio a despejos; a garantia de acesso a habitação condigna para pessoas com deficiência, para imigrantes; um plano para a erradicação da precariedade habitacional; e um programa para a habitação jovem.

“Porque no Bloco entendemos que a Habitação é um direito fundamental e incontestável, e não aceitamos que pessoas continuem a ir para a rua, sem qualquer apoio nem solução. Toda a gente deve ter direito a uma casa para viver”, realçou Rita Sarrico.

“A democracia não existe sem liberdade e não há liberdade sem igualdade”

A candidata quer que Loures “caminhe em direção da igualdade, que combata o racismo o discurso de ódio, que seja seguro para sermos quem somos, independentemente da nossa cor da pele, do sítio onde nascemos, da nossa identidade de género ou da nossa orientação sexual”.

E, por isso mesmo, o Bloco propõe um plano municipal de combate ao racismo, à xenofobia e ao discurso de ódio.

“Sabemos também como a comunidade LGBTQ+ luta diariamente pela sua liberdade e contra a sua opressão e invisibilidade. E essa luta tem de ser também travada nas autarquias”, avançou Rita Sarrico, lembrando que “foi pela mão do Bloco que a bandeira LGBTQI+ passou a ser hasteada no concelho”.

“Nesta candidatura temos representado essa comunidade que tanto luta, temos essa representação nas nossas listas, nos nossos jovens, temos essa representação na cabeça-de-lista à Assembleia Municipal. E com essa representação apresentamos também políticas de combate à discriminação e pela inclusão e visibilidade da comunidade LGBTQI+”, continuou a cabeça de lista à Assembleia Municipal.

O Bloco não se esquece também “de uma das maiores lutas que continuamos a ter: a luta pela igualdade de género”. “E é por isso que dedicamos uma parte do nosso programa eleitoral ao Feminismo. Por isso é que incluímos programas de combate ao racismo, de combate à LGBTIfobia, porque sabemos que a democracia não existe sem liberdade e não há liberdade sem igualdade”, rematou Rita Sarrico.

"Fabian tem estado na linha da frente das lutas"

Catarina Martins destacou que "o Bloco de Esquerda já provou que faz a diferença" em Loures.

"O Fabian tem estado na linha da frente das lutas da urgência. Fez um compromisso há quatro anos e não abandonou, num único dia, a atividade, os ativismos, a população em Loures", afirmou a coordenadora do Bloco.

"Há quatro anos, quando havia quem dissesse que quem queria fazer crescer o ódio e o negacionismo não era perigoso, cá estávamos a dizer que sim, que era um perigo, e que quem fechasse os olhos era cúmplice. O Fabian deu a cara e a voz a essa luta todos os dias e continua a dar", acrescentou.

De acordo com Catarina Martins, o Bloco é "a força política que não vira a cara à luta, que não encolheu os ombros, que não disse que não era nada, que percebeu o perigo a chegar e que luta todos os dias pelas condições concretas das vidas das pessoas".