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AM de Loures aprova colocação de geradores no Bairro da Torre, mas Câmara recusa

O Bairro da Torre não tem eletricidade há mais de um ano. Por proposta do Bloco de Esquerda, a Assembleia Municipal de Loures recomendou, na quinta-feira, que o executivo municipal “volte a instalar os geradores no Bairro”, mas o Presidente da Câmara recusa garantir que as pessoas tenham eletricidade já neste Natal.

O Bairro da Torre, junto ao aeroporto Humberto Delgado, no concelho de Loures, está há mais de um ano sem eletricidade.

Na passada quinta-feira, 21 de dezembro, a Assembleia Municipal de Loures aprovou uma recomendação à Câmara Municipal de Loures, proposta pelo Bloco de Esquerda, com quatro pontos:

i) manifestar ao Governo a “extrema oportunidade de acelerar a adoção de medidas para assegurar o acesso dos habitantes e de bairros ou núcleos de habitações precárias a serviços e bens essenciais”, cumprindo a resolução aprovada no parlamento em 30 de junho deste ano;

ii) volte a instalar os geradores no Bairro da Torre até que a situação fique resolvida, sendo os custos do gasóleo pagos pelo município;

iii) atue junto das entidades competentes para “acelerar o processo de realojamento das famílias ainda residentes no Bairro da Torre”;

iv) enviar recomendação a diversas entidades.

A proposta do Bloco de Esquerda foi aprovada pelos votos favoráveis de Bloco de Esquerda, do PS e do PAN, com as abstenções de CDU, PSD, CDS e PPM.

Presidente da Câmara de Loures recusa pôr geradores no Bairro da Torre

O presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares da CDU, recusa, no entanto, pôr geradores no bairro, declarando à TSF que a solução já foi testada e não funciona. Bernardino Soares acusa ainda o Bloco de Esquerda de ter “um profundo desconhecimento da realidade” e declara: “Nós marcamos presença todos os dias, estamos a realojar as pessoas”.

Em declarações à TSF, Fabian Figueiredo do Bloco de Esquerda afirma: “Seria uma violência enorme que esta recomendação não fosse acatada. Estamos a falar de colocar dois geradores num bairro, para que as pessoas possam ter acesso à eletricidade, enquanto o governo não avança com a regulamentação necessária para que estes moradores possam estabelecer contratos com a EDP”.

Lembremos que na passada segunda-feira, 18 de dezembro, o missionário comboniano José Manuel Duarte, que trabalha com a comunidade africana no bairro da Torre denunciou que a eletricidade foi cortada em outubro, sublinando que: “As pessoas passaram o inverno cheias de frio, já há um ano. Há crianças, há bebés, há pessoas que precisam até de bomba de oxigénio por problemas de saúde. Muitos deles não têm sequer casa de banho, ao lado do aeroporto".