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Assembleia Municipal critica Celtejo e aprova moção do Bloco "em defesa do rio Tejo"

Moção do Bloco de Esquerda explica que o concelho de Loures também sai prejudicado "com a degradação da qualidade da água no Rio Tejo".  Documento bloquista contou com o voto favorável da maioria das bancadas e com a abstenção do PS.

Leia a moção do Bloco de Esquerda na íntegra:

Em defesa do Rio Tejo

As recentes medidas e declarações da Agência Portuguesa de Ambiente e do Ministério do Ambiente relativamente à crise ambiental que o Rio Tejo tem vivido nas últimas semanas, tornaram evidente que, durante anos, a Celtejo, contrariamente a sucessivas declarações de inocência, poluiu gravemente o Rio Tejo a partir de Vila Velha de Ródão e, em vez de evitar a poluição e  assumir a necessidade de indemnizar todos os restantes utilizadores da água do rio, nomeadamente pescadores, operadores turísticos, autarquias, captações de água, agricultores e criadores de gado, litigam de má fé contra o ambientalista Arlindo Consolado Marques pedindo uma indemnização de 250000 euros por alegados prejuízos de imagem.

A própria autarquia de Loures também é lesada porque a degradação da qualidade da água prejudica os a pesca e a utilização do Rio Tejo para atividades náuticas e a ancestral relação das populações com o rio.

Desde a transformação da unidade fabril da Celtejo para a produção de pasta branqueada de eucalipto deveriam, desde logo, ter construído uma ETAR do tipo secundário que teria evitado os casos agudos de poluição e assim provocar a morte de toda a fauna piscícola entre Vila Velha de Ródão e o Fratel, prolongando essa extrema poluição para jusante, ultrapassando mesmo o açude de Abrantes.

Assim, com todas as evidências da poluição provocada pela Celtejo, por não terem cumprido os valores limites da licença ambiental, tendo mesmo, em relação aos valores limites da licença de 2015, triplicado os valores da carga orgânica de CBO5, é tempo de diminuir a rejeição de matéria orgânica para o Tejo, adaptar a produção à capacidade de tratamento dos efluentes e às variações de caudal, deserem permanentemente fiscalizados, através de análises efectuadas pelas autoridades ambientais e pelo registo permanente dos caudais descarregados no Rio Tejo.

Face ao exposto, a Assembleia Municipal de Loures, reunida na 1ª Sessão Ordinária no dia 22 de fevereiro de 2018, solicita que sejam tomadas medidas para que a empresa Celtejo garanta a diminuição da rejeição de matéria orgânica lançada no rio, cumpra parâmetros bioquímicos nos seus efluentes que não coloquem em risco as melhores condições ambientais e ecológicas do Tejo e compense todos os afectados pelos atentados ambientais por si provocados.

Moção a ser aprovada enviar para, Exmo. Sr. Presidente da República, Exmo. Sr. Primeiro Ministro, Exmo. Sr. Ministro do Ambiente, Exmo. Sr. Ministro da Saúde, Presidente da Comissão de Ambiente e Grupos Parlamentares da Assembleia da República, Presidente da APA, Presidente da CCDR Centro, Presidente da CCDR Alentejo, Camara Municipal de Loures, União de Freguesias de Santa Iria d’Azóia, São João da Talha e Bobadela, Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho e comunicação social.

O eleito do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Loures

Carlos Gonçalves

AnexoTamanho
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