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Bloco acusa Câmara de Loures e Governo de “responsabilidades significativas” no incêndio do Bairro da Torre

Fotografia de Paulete Matos.

Dirigente bloquista, Fabian Figueiredo, condena situação “inaceitável” naquele bairro de Camarate e acusa autarquia de “insensibilidade” e Governo de “deixar arrastar o processo”.

O Bloco de Esquerda acusa a Câmara Municipal de Loures e o Governo de terem “responsabilidades significativas” na situação que potenciou o incêndio que ontem deflagrou no Bairro da Torre, em Camarate, concelho de Loures, e que deixou 13 famílias desalojadas.

Para Fabian Figueiredo, dirigente nacional do Bloco e candidato à Câmara Municipal de Loures nas últimas autárquicas, “é inaceitável que a situação do Bairro da Torre continue a arrastar-se após diversas promessas de realojamento e de melhoria das condições de vida das famílias que ainda lá residem”. Para o dirigente bloquista, “ontem, por sorte, não houve vítimas a lamentar, mas a situação atual do bairro é bastante propícia a novas tragédias”.

Recorde-se que, no Bairro da Torre, residem ainda 47 famílias, sem eletricidade desde outubro de 2016, e sem água canalizada. Por proposta do Bloco de Esquerda, a Assembleia Municipal de Loures aprovou, a 21 de dezembro de 2017, a colocação de geradores para o fornecimento de energia àquelas famílias, mas a Câmara Municipal de Loures recusou executar a decisão.

“A atitude da Câmara Municipal de Loures neste processo tem sido de uma enorme insensibilidade e dado mostras de uma total incapacidade para a resolução do problema destas famílias”, aponta Fabian Figueiredo.

Em fevereiro, a vereadora com o pelouro da ação social e da habitação na autarquia de Loures, Maria Eugénia Coelho, afirmava que o município pretendia “terminar com aquele bairro nas condições em que está”. Na altura, a autarquia de Loures referiu ainda estar a considerar instalar balneários para a população, mas até à data nada foi feito nesse sentido.

Além disso, “cinco meses depois, a situação mantém-se, agravada pelo lixo e entulho que os camiões vão deitando diariamente naquele local e que é constituído, em grande parte, por materiais inflamáveis e de enorme perigosidade para a saúde humana”, alerta Fabian Figueiredo.

Apesar de várias reuniões mantidas entre a Câmara Municipal de Loures e o IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana -, ainda não foi encontrada uma solução definitiva para as famílias do Bairro da Torre que até à data não foram realojadas.

“O Governo também tem grandes responsabilidades neste processo, arrastando uma situação insustentável durante meses e atrasando o realojamento destas famílias, que merecem condições de vida e habitação dignas”, defende Fabian Figueiredo.

O incêndio que deflagrou na madrugada de domingo no Bairro da Torre provocou o pânico entre as famílias, tendo queimado por completo três veículos ligeiros. Um morador desmaiou ao ver a sua casa a arder e uma adolescente teve um ataque de pânico. Houve ainda duas pessoas assistidas por inalação de fumo.

Embora não seja conhecida a origem exata do incêndio, os bombeiros entendem que o incêndio começou numa barraca habitacional e que se propagou para outras, sendo que a existência de material inflamável junto às habitações dificultou o combate ao incêndio.