ABATE DE ÁRVORES NA NOSSA FREGUESIA
Estamos perante um atentado ambiental, histórico e paisagístico.
Os espaços verdes da nossa freguesia têm vindo a sofrer sucessivos atentados, alguns deles com consequências muito gravosas que designamos de “atentado ambiental”, para além da falta de ética e de consciência cívica e ecológica verificadas.
Na nossa freguesia tornou-se uma prática corrente abater árvores sem dó nem piedade, parece haver um horror às árvores e/ou zonas verdes, em especial por parte dos executivos da Junta. Qualquer remodelação de espaços urbanos acaba quase sempre, com maior ou menor impacto ambiental e estético, com o abate de árvores!
Recentemente foram abatidas mais de 40 árvores de grande porte, na zona baixa de Santo António dos Cavaleiros que foi um dos locais mais formosos e agradáveis da nossa freguesia, e não podemos aceitar que, alguns incompetentes estejam a destruí-la.
Sempre que algumas árvores provoquem alguma sombra ou cortina indesejada a alguns proprietários, ou um acumulado de folhas que a natureza, única mestra no equilíbrio do nosso planeta, decide fazer cair, eis que é dado livre transito para o abate das incómodas e malditas árvores.
Tratando-se de matéria que não pode deixar de constituir fundamento de motivação dos residentes na área em apreço e porque nenhuma auscultação prévia, nem conhecimento antecipado, foi objeto de procedimento habilitante de uma apreciação pública que pudesse ser ponderada pelos responsáveis de uma tal iniciativa, parece legítimo dever reconhecer-se que se terá feito um uso mais do que discricionário (arbitrário, certamente) por parte de quem determinou o referido abate massivo das árvores em questão.
O legislador de há muito que vem estabelecendo diversificados e rigorosos condicionalismos e restrições de acentuado teor limitativo de intervenções publicas ou particulares que possam contender com a qualidade do ambiente, impondo, nomeadamente estudos prévios, consultas públicas e autorizações formais de entidades a quem são cometidas atribuições e competências neste domínio, não só para efeitos de avaliação do impacte ambiental de determinados procedimentos, como também para efeitos de controlo e de acompanhamento da sua execução. Ora no caso vertente, conforme comunicado da Câmara Municipal, nenhum destes procedimentos legais foi efetuado.
Estarão por detrás desta e de outras sábias e argutas deliberações as influências político-partidárias, que através dos seus meandros decide prestar alguns favores a amigos ou determinado tipo de empresas? Se é esse o caso, então continuamos tranquila e desinteressadamente a marchar no caminho diametralmente oposto ao da credibilização da classe política e, mais importante ainda, de uma verdadeira educação cívica do cidadão, que mudasse, de uma vez por todas, a mentalidade tacanha e oportunista que tem sido transversal aos sucessivos executivos desta freguesia.
Enquanto também habitantes de Santo António dos Cavaleiros, exigimos perceber o porquê de tal atrocidade ter sido autorizada. Mas mais importante ainda, enquanto apaixonados pela nossa freguesia, queremos mostrar a nossa indignação pelo facto de semelhante atentado à Natureza ter sido permitido.
Além das razões contra o abate, se declara o repúdio pela tentativa da presidente da Junta de, contra toda a evidência das nossas posições, envolver o Bloco na decisão deste atentado ambiental. Isso demonstra até que ponto vai a irresponsabilidade deste executivo, que além de atentar contra o escasso património verde da freguesia reage infantilmente, tentando alijar responsabilidades e com mentiras de perna curta. Pelo menos em SAC, o PS ainda não aprendeu a lição de 29 de Setembro passado. Além de bom senso, falta idoneidade à principal responsável da freguesia.
Assembleia de Freguesia Extraordinária da União das Freguesias de Stº Antº dos Cavaleiros e Frielas
13 de Fevereiro de 2014