No dia 25 de Outubro teve lugar no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte em Loures, a instalação da nova Assembleia de Freguesia de Loures. Na mesma sessão foi empossado o executivo que irá dirigir a Junta de Freguesia nos próximos quatro anos.
Das eleições de 1 de outubro resultou uma assembleia de freguesia em que a CDU foi o partido mais votado, mas sem maioria absoluta. A CDU obteve 7 dos 19 mandatos. O PS, segunda força mais votada, ficou com seis eleitos na assembleia. O PSD é a terceira força política, elegendo cinco elementos. O Bloco de Esquerda subiu a sua votação e recupera o lugar que tinha perdido no mandato anterior, conseguindo assim reeleger um elemento.
Numa assembleia repleta de cidadãos e cidadãs, a CDU assegurou a gestão da freguesia, até 2021, sob a presidência de Augusto Manuel Glória. A Mesa da Assembleia, por proposta da CDU, é presidida pelo PSD sendo os dois secretários da CDU.
António Baião Costa eleito do Bloco de Esquerda para a Assembleia de Freguesia, na sua intervenção de tomada de posse, fez questão de lembrar que “A maior parte dos serviços públicos estão concentrados na freguesia. Na sua área de cerca de 33km2, com 25 povoações, os transportes públicos são uma necessidade fundamental.
Questões ligadas à rede rodoviária de transportes como os custos, os horários, os percursos e as paragens devem ser estudadas, debatidas e resolvidas.”
“Sabemos que a nossa responsabilidade política é grande, mas a nossa determinação coletiva em oferecer à freguesia de Loures um futuro de progresso social e económico é ainda maior.
Estamos prontos para fazer a diferença!” afirmou o eleito ao terminar a sua intervenção.
Podes ler a intervenção completa abaixo:
Muito boa noite a todas e a todos os presentes.
Antes de mais, quero cumprimentar todos os representantes da nova Assembleia de Freguesia, resultado da vontade popular expressa nas eleições do passado dia 1 de Outubro.
O Bloco de Esquerda está de regresso à Assembleia de Freguesia de Loures e gostava nesta breve intervenção, referenciar alguns assuntos para os quais iremos propor reflexões e propostas.
Um deles será sem dúvida a Mobilidade na freguesia.
A maior parte dos serviços públicos estão concentrados na nossa freguesia. Na sua área de cerca de 33km2, com 25 povoações, os transportes públicos são uma necessidade fundamental.
Questões ligadas à rede rodoviária de transportes como os custos, os horários, os percursos e as paragens devem ser estudadas, debatidas e resolvidas.
Como exemplo, há cerca de 10 anos o Bloco propôs nesta Assembleia, o diálogo com um operador de transportes a fim de colocar uma paragem perto de um serviço público. Na altura foi respondido, que devido às características dos acessos, tecnicamente isso não seria possível…
Hoje, sem qualquer alteração urbanística do terreno e possivelmente com alguma “magia tecnológica”, vejo que essa mesma paragem, em frente ao Centro de Saúde e do Tribunal de Loures, pedida pelo Bloco, existe.
Outro assunto, que gostaria de abordar, é a Prevenção Contra Riscos, devido às alterações climáticas.
Aqui o assunto, que devemos acima de tudo refletir nesta freguesia, não será só os fogos, que estão a nível nacional na ordem do dia, mas acima de todo as cheias.
Há 10 anos, foi aprovado nesta Assembleia por iniciativa do Bloco, uma visita com todas entidades do concelho e do então INAG (Instituto Nacional da Agua) à Ribeira da Mealhada.
Essa visita servia para referenciar e alertar os perigos de cheias, devido a degradação das linhas de água.
Outro assunto que preocupa o Bloco é a Precariedade no trabalho.
Mais importante, do que ver num boletim ou jornal autárquico, os arranjos dos espaços verdes e da rede viária, seria bom ver em cada fotografia, um carimbo ou uma legenda que dissesse “obra realizada sem recurso a trabalho precário”
O Bloco sempre foi, nesta Assembleia e na Municipal, frontalmente contra os Contratos de Empregos e Inserção (conhecidos por contratos CEI) considerando-os trabalho escravo.
O Bloco congratula-se, que já no fim do último mandato, a Câmara Municipal, tenha decido acabar com eles.
No entanto, estaremos atentos se essa decisão está a ser seguida nas juntas de freguesia.
Por último a Participação.
Uma freguesia de participação é muito mais do que uma freguesia onde se vota de quatro em quatro anos.
O Bloco irá continuar a propor, como já o fez nesta Assembleia de Freguesia, a implementação de projetos de participação cidadã, em que todos e todas possam ser mais intervenientes, apresentando propostas e votando no que consideram melhor para a sua freguesia.
O Bloco de Esquerda é uma força politica com vocação para o diálogo e para a construção de pontes para concretizar políticas e soluções à esquerda, que sirvam e melhorem a vida dos cidadãos de Loures.
Nesta freguesia recusamos qualquer tipo de acordo ou entendimento com partidos que procuram ganhar votos e atenção mediática jogando com estereótipos sociais e com o medo das pessoas.
O que precisamos na freguesia e no concelho, não é de mais combustível para o conflito, precisamos de coesão social e não de promoção de políticas de ódio.
Em particular, o Bloco de Esquerda Loures deve isso, ao Abílio e José Fernandes, à Maria Bráulia, ao Abílio Neves, ao Hernâni Gomes, ao Sérgio Fernandes, nossos candidatos de etnia cigana.
Sabemos que a nossa responsabilidade política é grande, mas a nossa determinação coletiva em oferecer à freguesia de Loures um futuro de progresso social e económico é ainda maior.
Estamos prontos para fazer a diferença! Ao trabalho!
25 de Outubro de 2017