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Jorge Costa na apresentação da candidatura à Câmara de Loures

Apresentação da candidatura do Bloco à Câmara de Loures

Bloco quer eleger vereador em Loures
Na apresentação da candidatura, Jorge Costa afirmou que o Bloco está disponível para contribuir para uma viragem à esquerda em Loures. As prioridades políticas do Bloco são as questões da habitação, dos transportes públicos e a resposta à emergência social criada pela política de austeridade no concelho.

A Associação de Moradores de Santo António dos Cavaleiros recebeu no domingo a sessão pública de apresentação da candidatura do Bloco à Câmara de Loures. A iniciativa foi aberta pelo cantor de intervenção Chico do Vale, com temas originais de crítica política. João Curvelo, candidato do Bloco à Câmara Municipal de Odivelas destacou alguns problemas centrais que são comuns aos concelhos de Loures e Odivelas, desde logo as questões relativas ao funcionamento do Hospital Beatriz Ângelo, dos transportes, ou da ofensiva sobre os Serviços Municipais de Água e Saneamento (SMAS). Curvelo sublinhou que, em Loures como em Odivelas, o Bloco de Esquerda bate-se contra a privatização dos SMAS e contra a degradação dos serviços prestados. Nos dois concelhos, o Bloco procurará contribuir para que novas gestões camarárias superem o impasse criado pela irresponsabilidade política do PS, sempre defendendo o direito das populações à água pública, a qualidade dos serviços e a manutenção do emprego e dos direitos de todos os trabalhadores do SMAS.

O primeiro candidato do Bloco à Câmara de Loures começou por fazer um balanço da estratégia de urbanização desenfreada conduzida pelo PS nos últimos 12 anos. Segundo informações publicadas pelas agências imobiliárias, estão à venda em Loures 3250 fogos (destes, mil são na freguesia de Loures). Metade destas casas são novas e nunca foram habitadas. Jorge Costa denunciou uma "verdadeira cidade fantasma dentro do concelho" a que se juntam inúmeras urbanizações inacabadas e outras degradadas. Ao mesmo tempo, há muitas famílias empobrecidas pela austeridade e pelo desemprego, que já não conseguem fazer face às prestações bancárias. Jorge Costa sublinhou que, "cada dia em que abre as portas, o tribunal da comarca de Loures executa a penhora da casa de mais três famílias, que assim entram no corredor do despejo".

Jorge Costa criticou ainda outros dois pilares da gestão PS de Loures, as grandes superfícies comerciais e o monopólio da Barraqueiro sobre o transporte rodoviário, que compromete o direito essencial dos cidadãos à mobilidade. Nesse âmbito, recordou a histórica promessa do PS, nunca cumprida, a extensão do Metropolitano até ao Infantado, prevista e calendarizada muitas vezes, mas nunca cumprida. Mais do que nunca, o Bloco assume o combate pelo metro ligeiro, que reduza o peso dos custos de transportes sobre uma população já demasiado sacrificada, simplifique as deslocações dentro do concelho e, perante a crise, crie empregos necessários e permanentes.

Porquê votar Bloco?

Respondendo diretamente à questão, Jorge Costa assumiu a disponibilidade do Bloco para contribuir para uma maioria plural em Loures, capaz de terminar 12 anos de domínio PS no concelho e que respeite prioridades à esquerda, a começar pela resposta à emergência social.

O PCP tem-se apresentado com o objetivo de "recuperar" a Câmara de Loures nas autárquicas de 29 de Setembro. Jorge Costa apresentou o posicionamento do Bloco perante a candidatura do PCP: "nas autarquias hoje governadas pelo PCP há exemplos de positivas convergências à esquerda (em Almada, o Bloco tem viabilizado orçamentos municipais que incluem propostas suas em diversas áreas). Mas há também exemplos péssimos (na Moita, o PCP impôs um PDM cheio de irregularidades, ao gosto da especulação imobiliária - e enfrentou a oposição do vereador bloquista). Em Loures, o Bloco está disponível para contribuir para uma maioria que altere o rumo do concelho e coloque na primeira linha a resposta à crise, à aplicação do memorando e às suas consequências. Um vereador do Bloco é uma janela dos cidadãos sobre as escolhas e práticas de qualquer maioria. E uma garantia: entendimentos políticos no respeito pelo programa que nos elege e no interesse da população".

Jorge Costa sublinhou ainda que uma nova maioria poderá enfrentar um período difícil para a população de Loures e também para a sua autarquia. Sob o memorando, as Câmaras serão estranguladas financeiramente e terão dificuldades maiores a cumprir a sua missão. Só se pode querer fazer “mais e melhor” colocando a autarquia ao serviço das populações na luta pelo que é essencial - pão, habitação, cultura, saúde, educação - e por um futuro digno para todos. O poder local deve ser um instrumento da democracia e portanto da resistência popular à devastação do país.

Catarina Martins defende eleições já.

“Cada dia que estes irresponsáveis se mantêm no Governo é mais um dia perigoso. São instáveis e não têm programa”, afirmou a coordenadora bloquista na sessão. Catarina Martins comentava desta forma o anúncio do acordo político de coligação feito no sábado pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, que passa pela escolha de Paulo Portas para vice-ministro.  “Mais grave do que os amuos da coligação é o falhanço do plano de ajustamento. Neste momento não há Governo para Portugal. Não há respostas para o país”, frisou.

Catarina Martins comentou também as afirmações da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, que admitiu hoje "erros" do FMI na avaliação da situação de alguns países: “Estes mea culpa são sempre cínicos como os protagonistas do nosso Governo”, afirmou, sinalizando que as instituições da troika nunca alteraram a receita de austeridade e recessão em nenhum dos países onde admitiram ter-se "enganado".