Trabalhadoras e trabalhadores da antiga Triumph lutam contra o encerramento da empresa, pelo pagamento dos salários e têm estado em vigília à porta da fábrica. Esta segunda-feira de manhã realizam um “pequeno-almoço solidário”, com o qual querem alertar o Governo e o PR.
A fábrica da antiga Triumph, de roupa interior feminina, foi vendida há um ano à TGI-Gramax e tem atualmente 463 trabalhadores. Em novembro passado, a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que iria fazer um processo de reestruturação com despedimento de 150 pessoas. Na passada sexta-feira, 5 de janeiro, os trabalhadores souberam que a administração tinha iniciado um processo de insolvência.
Perante essa situação, decidiram entrar em vigília à porta da fábrica para não deixar sair da empresa material valioso. A vigília manteve-se ao longo de todo o fim de semana, com “turnos” de 30 a 40 pessoas. Os trabalhadores querem que seja nomeado rapidamente um administrador judicial.
“Três meses de salários em atraso, sem trabalho e sem subsídio de desemprego”
No sábado (6 de janeiro) de manhã, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, visitou os trabalhadores em vigília e, segundo a agência Lusa, considerou a situação de “crime económico, preparado premeditadamente pela Triumph Internacional, no sentido de fechar a fábrica, passando por uma fase intermédia, que foi entregar, por um ano, a produção à Gramax (atual detentora da empresa)”.
Arménio Carlos sublinhou que os trabalhadores estão com “três meses de salários em atraso, sem trabalho e sem subsídio de desemprego”, propôs ao Ministério do Trabalho “simplificar o processo para que os trabalhadores tenham acesso ao subsídio de desemprego” e ao Ministério da Economia “desenvolver esforços para procurar ir mais longe na identificação de todo o processo que está por trás e procurar alternativas para garantir que as trabalhadoras possam continuar a produzir e a fazer bem aquilo que sabem”.
“Pequeno-almoço solidário”
Os trabalhadores da antiga Triumph convocaram para esta segunda-feira um “pequeno-almoço solidário” para alertar o Governo e o Presidente da República para as consequência sociais do fecho da fábrica.
A delegada sindical Mónica Antunes, do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul, declarou à Lusa:
"Será um pequeno-almoço solidário, a partir das 07 horas, organizado pelos trabalhadores. O objetivo é exigir que o Governo assuma as suas responsabilidades. Gostaríamos muito de poder contar também com o senhor Presidente Marcelo".