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PELO FIM DO MASSACRE EM GAZA

Massacre em Gaza

PELO FIM DO MASSACRE EM GAZA

O Governo de Israel decidiu, uma vez mais, lançar uma ofensiva militar sobre o território palestiniano. Os bombardeamentos aéreos e a ofensiva terrestre do exército israelita em Gaza resultam num verdadeiro massacre de civis, que se agrava a cada dia que passa. Centenas de mortos e milhares de feridos, destruição de habitações e infraestruturas, um território dominado pelo terror: é este o resultado de cerca de duas semanas de uma intervenção militar que destrói escolas, hospitais e mesquitas, que atinge o coração da vida dos homens e das mulheres que habitam aquele território.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu volta a dirigir uma política radical, numa atroz continuidade de um projecto de conquista territorial e verdadeiro genocídio, com base no terrorismo de Estado e à margem de todas as regras internacionais. No pesado balanço desta operação militar, o quotidiano destroçado dos habitantes de Gaza é o do terror permanente, cercados por uma ofensiva sufocante e mortífera, em que nenhum local é seguro. O facto de mais de um quinto das vítimas mortais serem crianças constitui um dado tão arrepiante como revelador.

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos fala em “crimes de guerra” e acusa Israel de nada fazer para evitar a morte de civis. O Conselho de Direitos Humanos da ONU criou uma Comissão para averiguar crimes e violações do direito internacional. Também o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, já pediu “o fim imediato da violência” e lamentou a morte de civis.

Apesar deste cenário de catástrofe humanitária, a comunidade internacional mantém uma tolerância inaceitável perante o massacre. Os apelos vagos a um cessar-fogo, facilmente ignorados por Israel, permitem a continuação do massacre. Uma ofensiva que, como sempre, é justificada com a necessidade de auto-defesa, mas que na verdade se insere numa política expansionista e de verdadeira eliminação do povo e do Estado palestinianos. Nas palavras recentes do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano: “para justificar-se, o terrorismo de Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo os seus autores quer acabar com os terroristas, conseguirá multiplicá-los.”.

Muitas são as vozes que, em todo o mundo, vêm condenando a operação militar em Gaza e exigem a acção determinada da comunidade internacional para pôr cobro à ofensiva israelita. Organizações e personalidades de vários países pedem o fim imediato do massacre e da sangria de vidas humanas. Também em Portugal diversas organizações já se manifestaram nesse sentido e apelaram ao Governo português para que intervenha diplomaticamente.

O quotidiano na Palestina é uma guerra permanente, que agora sobe de tom. À vista desarmada vê-se o recuo das fronteiras palestinianas perante os ataques do Estado de Israel.

A continuação desta situação é inaceitável, parar o massacre é uma urgência. São os civis quem paga o preço destes ataques, com as vidas perdidas, famílias destroçadas, habitações destruídas e território ocupado. Estão a ser levadas vidas e roubado o país às palestinianas e aos palestinianos sobreviventes. Nem ao luto, nem à esperança é dada a merecida paz.

Assim, a Assembleia Municipal de Loures, reunida em Sessão Extraordinária a 24 de Julho de 2014, delibera:

1.       Repudiar a intervenção militar israelita em Gaza, nomeadamente a morte indiscriminada de civis e o ataque sistemático a infraestruturas e equipamentos sociais;

2.       Apelar ao Governo português para que demonstre a sua clara oposição à ofensiva militar em Gaza, suspendendo relações diplomáticas e comerciais com Israel e desenvolvendo todos os esforços para assegurar uma exigência clara da comunidade internacional que termine de imediato com a intervenção militar;

3.       Esta moção será remetida ao Primeiro-Ministro, ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, ao Presidente da República, à Presidente da Assembleia da República, aos grupos parlamentares representados na Assembleia da República, às representações diplomáticas da Palestina e de Israel em Portugal e à representação das Nações Unidas em Portugal.

O representante do Bloco de Esquerda, Tiago Gillot