A concentração da semana passada exigiu que o hospital fique na esfera pública a partir de janeiro de 2022, passando a ser gerido pelo Ministério da Saúde, e que seja aplicada a carreira única de enfermagem. Bloco de Loures solidarizou-se com esta luta.
No passado dia 25 de fevereiro, enfermeiras e enfermeiros realizaram uma concentração junto ao Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, para exigirem igualdade de direitos e reivindicarem que, a partir de janeiro de 2022 o hospital se mantenha na esfera pública com gestão direta do Ministério da Saúde e para nele se aplicar a carreira única de enfermagem. A ação foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Em declarações à Lusa, a coordenadora da direção regional de Lisboa do SEP, Isabel Barbosa, explicou que está previsto que, no início do próximo ano, o Hospital Beatriz Ângelo passe para a esfera do Governo, mas que é intenção do executivo "fazer um novo concurso para uma nova gestão privada".
Segundo os enfermeiros, a "gestão privada não favorece nem os enfermeiros, nem a população". De acordo com Isabel Barbosa, há uma desigualdade de direitos entre as parcerias público-privada (PPP) e as unidades hospitalares sob gestão direta do Ministério da Saúde.
Exemplos dessa desigualdade de direitos são, segundo o SEP: piores condições de trabalho (“em tempo de pandemia os enfermeiros desta instituição trabalham com uma taxa de esforço enorme”); “subsídio e prémios, que embora escasso no SNS, não estão a ser atribuídos neste hospital” e “carga horária superior e salário inferior”.
Bloco de Loures tem sido o único partido no concelho a defender o fim da PPP do Hospital Beatriz Ângelo
Em comunicado divulgado na passada sexta-feira, o Bloco de Esquerda Loures solidarizou-se com a luta dos enfermeiros pelo fim da PPP do Hospital Beatriz Ângelo e pela carreira única.
No comunicado, os bloquistas de Loures afirmam que “o Bloco tem defendido, sozinho, na Assembleia Municipal de Loures, ao longo destes quatro anos, o fim da PPP do Hospital Beatriz Ângelo” e sublinham que para o Bloco de Esquerda Loures, a PPP não beneficia nem a população nem os profissionais de saúde”.
No comunicado, é ainda apontado que “é essencial trazer a gestão deste hospital para a esfera pública, proporcionando melhores cuidados de saúde a toda a população e garantindo aos seus profissionais condições de trabalho iguais às dos hospitais geridos pelo Ministério da Saúde”.