O Bloco agendou para quarta-feira um debate de atualidade, na Assembleia da República, sobre "a dramática situação" na fábrica da antiga Triumph, em Sacavém, defendendo a "salvaguarda dos salários e direitos das trabalhadoras".
A fábrica da antiga Triumph, de roupa interior feminina, foi vendida há um ano à TGI-Gramax e tem atualmente 463 trabalhadoras. Em novembro passado, a administração da empresa comunicou às trabalhadoras que iria fazer um processo de reestruturação com despedimento de 150 pessoas. A 5 de janeiro, as trabalhadoras souberam que a administração tinha iniciado um processo de insolvência. Desde então, têm estado em vigília à porta da fábrica contra o encerramento da empresa e pelo pagamento dos salários, e para não deixar sair da empresa material valioso.
O Bloco de Esquerda tem acompanhado diariamente a luta destas trabalhadoras. Numa visita à fábrica, na passada terça-feira, Catarina Martins destacou a importância de manter em funcionamento uma fábrica com 57 anos e 463 trabalhadoras altamente especializadas, “que fazem roupa que é considerada de qualidade em todo o mundo” e que estão agora sob ameaça de despedimento.
A coordenadora bloquista lembrou que quando a fábrica mudou de mãos, há um ano, “esteve aqui o ministro da Economia, prometeu-se um milhão de euros de investimento e um novo modelo de negócio para manter a capacidade produtiva e o emprego destas trabalhadoras”, que agora são confrontadas com a falta de investimento e de futuro.
Sublinhando que “estas trabalhadoras não recebem desde novembro e temem que o que está dentro da fábrica possa ser levado, e se isso acontecer não tenham direito a receber os salários e atraso e indemnizações”, Catarina Martins defendeu que “este tipo de insolvências não pode acontecer em Portugal”.
Pela antiga Triumph passou também a deputada Mariana Mortágua, que serviu o almoço às trabalhadoras esta quarta-feira.