Trabalhadoras e trabalhadores lutam contra o encerramento da empresa e reclamam salários em atraso. Bloco frisa que “urge uma resposta que garanta a manutenção dos postos de trabalho, bem como o apoio social aos trabalhadores”.
Em dezembro de 2015, o Bloco de Esquerda questionou o Ministério da Economia e o Ministério do Trabalho e da Segurança Social sobre o anúncio da venda da fábrica da Triumph, em Sacavém, concelho de Loures, alertando para o facto de estarem em causa centenas de postos de trabalho.
A unidade acabou por ser vendida, há um ano, à TGI-Gramax. Confirmando-se os receios do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, e não obstante os apoios estatais recebidos, a antiga Triumph entrou, entretanto, em processo de insolvência. O anúncio surgiu após a atual administração ter confirmado, perante o ministro da Economia, o investimento de um milhão de euros na fábrica.
A 21 de dezembro, os trabalhadores da antiga Triumph manifestaram-se em Lisboa para pedir "acesso a uma fonte de subsistência", face aos salários em atraso e ao processo de insolvência da empresa. Na passada sexta-feira, entraram ainda em vigília à porta da fábrica para impedirem a saída de material valioso.
Bloco volta a questionar Governo
Num conjunto de questões endereçadas ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, os deputados bloquistas José Soeiro e Isabel Pires frisam que “urge uma resposta que garanta a manutenção dos postos de trabalho, bem como apoio social aos trabalhadores com salários em atraso, alguns dos quais há meses”.
“A ausência de uma resposta eficaz por parte do Estado acarreta prejuízos sociais irreparáveis para estes trabalhadores e para o concelho de Loures, sendo certo que a empresa tem que justificar que medidas está a tomar com vista à sua viabilização, atentos os apoios que recebeu e investimento que alegou ter feito”, defendem os dirigentes do Bloco.
José Soeiro e Isabel Pires acrescentam ainda que “a delapidação do património pode consubstanciar uma situação de insolvência fraudulenta e só uma atuação rápida pode minimizar os riscos resultantes desta atuação por parte da administração”.
Neste contexto, os deputados questionam o Governo sobre se o mesmo apurou como foram aplicados os apoios públicos facultados à empresa e que garantias e contrapartidas foram exigidas à TGI-Gramax.
Isabel Pires e José Soeiro querem ainda saber que medidas está o Governo disposto a encetar com vista a impedir que a administração delapide o património da empresa e acabe por encerrá-la, e como pretende o executivo intervir para travar o encerramento da fábrica de Sacavém e garantir a manutenção dos postos de trabalho.
Por último, os deputados interrogam o executivo sobre os apoios que estão a ser assegurados aos trabalhadores e às trabalhadoras com salários em atraso.